domingo, 24 de março de 2013

VIVER POR PRAZER OU VIVER BEM



VIVER  POR  PRAZER  OU  VIVER  BEM
(Uma história real)

“Ruyzinho do pandeiro”tinha sido um jovem alegre.Trazia esse apelido porque tocava pandeiro muito bem. Via sempre na vida alguma bela poesia e o que mais o interessava era a alegria que pudesse semear aqui e ali. Bebia muito e nem sempre comia ou dormia bem. Era um autêntico boêmio, com razoável instrução e bom gosto. Trabalhador, embora a disciplina não fosse seu forte.
Foi “menino por muito tempo” até constituir a família que idealizara, com grande compreensão da companheira amada. Tiveram quatro filhas!
Às tantas, contraiu uma diabetes e apresentou obstruções coronarianas, que lhe impuzeram uma cirurgia para colocação de pontes: mamária e de safena. Teria falecido sem estes cuidados, que gente amiga lhe providenciou. Sobreveio-lhe ainda grande perda visual e duas tromboses – na primeira, amputaram-lhe um dedo do pé. Visitado por uma netinha, a mesma quis saber:
-“Vovô, onde está o seu dedo?” ao que Ruyzinho arriscou, com  típico bom humor:
-“Ele doía, me amolava, eu mandei tirar e guardei no bolso.”
Mas a menina, muito esperta, meteu logo as mãozinhas nos bolsos do avô e não localizou o dedo: -“Não está ai, vovô!”
-“Ah, vai ver que eu perdi lá em Taubaté, quando tocava numa festa muito animada.”
Pouco adiante, foi preciso amputar-lhe toda aquela perna. E a netinha não deixaria por menos: -“Vovô, e agora, onde foi parar a sua perna?”
-“Ela foi pra Taubaté, buscar o dedo que tinha ficado lá. Mas pelo jeito se perdeu e não voltou.”
-“ E você não está bravo, vovô?”
-“Não, querida, minha vida vale mais do que uma perna – e esta eu perdi, porque não tive cuidado, só queria ter prazer, o resto não importava.. Deus é tão bom que deixa todos nós escolhermos como queremos viver: todos nós temos um livre arbítrio, esse direito de fazer o que preferimos. E Ele ainda me deu a chance de continuar vivo, de conviver com você e de te ensinar o que posso.”
-“Então eu posso aprender a tocar pandeiro, como você, vovô?”
-“Pode, se você gosta. Mas precisa aprender a escolher também os jeitos de viver bem, de fazer o que é preciso e não só o que dá prazer, pra não perder, como eu, uma parte de seu corpo ou de sua vida!”

Maria Antonieta de Castro Sá.

sábado, 2 de março de 2013

OS ALGOZES NO CRISTIANISMO DE HOJE



Os algozes no cristianismo de hoje

Interesses e política desvirtuam a missão de uma comunidade que nasceu para acolher e orientar espiritualmente

Aos tempos do Gólgota, eram os mandatários romanos seguidos de boa parte dos judeus que conduziam Jesus Cristo à morte na cruz. Nem sempre Ele era compreendido, mas aqueles que captavam Sua mensagem o seguiram. E Sua comunidade foi erguida, a despeito de inúmeras dificuldades e perseguições.
A primeira sede que a abrigou chamou-se “Casa do Caminho”. Simão Pedro, o seu fundador, presidiu-lhe os destinos, coadjuvado pelos apóstolos Bartolomeu, Tiago (filho de Zebedeu), Filipe e João.
"Todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos apóstolos.” (Atos 4:34) “Mas o apóstolo Paulo, em visita a Jerusalém e em diálogo com Pedro, obtemperou: – Precisamos encontrar um meio de libertar as verdades evangélicas do convencionalismo humano” – e ainda recomendou: “a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar.”
O conceito de cristianismo ultrapassa, de alguns séculos até aqui, aos preceitos daquela igreja. Mas é a ela que se atribui o papel de continuadora da comunidade fundada por Simão Pedro. E ela mesma vem, ultimamente, sacudindo o mundo com exemplos de condutas escabrosas e geralmente confundidas com conflitos terrenos.
Aliás, em toda a história da mesma instituição, suas preocupações mostraram-se mescladas à política dos homens e à competição com estes mesmos, pelo poder no planeta.
Segundo artigo publicado na revista Carta capital, de 15 de fevereiro, “nos nossos dias, o governo italiano proibiu os bancos do país de negociarem com o banco do Vaticano, pois este desrespeitou normas internacionais contra lavagem de dinheiro – e o banqueiro escolhido para regularizar a situação foi destituído pelos conselheiros, após redigir um informe no qual relatava contas de políticos, empreiteiros e mafiosos intermediados pelo clero. Isto sucedeu outros escândalos internos, no clero de vários países, fatos amplamente divulgados.  E a isto se sucedeu a renúncia do  pontífice, neste último fevereiro.
Nós, também cristãos do terceiro milênio, não somos menos seguidores de Jesus Cristo. E temos a pretensão de não esquecer Sua recomendação, tão bem colocada por Paulo de Tarso, à época da criação da Casa do Caminho:  “a iluminação do espírito deve estar em primeiro lugar”!
Já é tempo, portanto, de vislumbrarmos um cristianismo verdadeiramente ecumênico – afinal, Jesus se dirigia tanto aos cristãos quanto aos gentios – e quando uma crise atinge uma fatia do cristianismo de hoje, todos os filhos de Deus arcam com as consequências, porque os destinos da Terra alcançarão a todos os homens!
Se temos por objetivo nossa evolução espiritual, através da lei maior do Amor e Caridade, sabemos também que nosso pequeno planeta de provas e expiações atravessa, finalmente, o complexo patamar de transição para um planeta regenerativo. Provavelmente, é o próprio período de transição que nos submete às eclosões de tão sérios escândalos morais, paralelamente aos cataclismos que temos enfrentado.
Mas quando os desmandos se originam de conluios financeiros, políticos e religiosos, entre aqueles que falam em nome de Pedro e quando se trata de um mundo que engloba tantos e tão sinceros irmãos no cristianismo, há que contribuirmos para que os mesmos irmãos (católicos ou não) reflitam com coragem: quem, entre todos nós, poderia estar, hoje, levando Jesus ao Gólgota, para tentar calá-lo em nome de poderes terrenos?
Nunca, talvez, tenha sido tão importante cuidarmos (cada qual consigo mesmo), da essencial “reforma íntima”. Tudo indica que cada um de nós é que poderá contribuir, através de atitudes conscientes e corajosamente educadoras de nossos filhos, com um desfecho espiritualmente saudável para a atual transição de nosso planeta. Parece que somente da evolução de cada um brotará a evolução da Terra.

Mª Antonieta de Castro Sá.

DOIS MIL E TREZE

Tempo de renovações, embora o ano já tenha começado há dois meses! Mas sempre é tempo, sobretudo quando o coração nos inspira algum novo estilo.

Seguiremos expondo, aqui, vivências que mereçam ser partilhadas e comentadas... Fatos reais, histórias, crônicas, ou até mesmo lendas que nos enriqueçam o pensar e o sentir.

Um repertório mais amplo, embora não menos sério.

Uma iniciativa que vai crescendo e encontrando sua identidade virtual.

Um instrumento que possa ajudar-nos a administrar, com coragem e bom gosto, esta nossa vida.

Comentários são bem vindos. Grata pela atenção dos leitores,

Mª Antonieta de Castro Sá.